Stranger Things 4 Temporada Estreia Com Muita Ambição
ALERTA DE SPOILER: Não leia se você ainda não assistiu a 4ª temporada de “ Stranger Things ”, na Netflix.
“Stranger Things” não é apenas a joia da coroa da Netflix, porque representa um modelo de show de uma época em que as ambições do streamer pareciam muito diferentes. E seus criadores entenderam isso.
A série, como o recém-concluído “Ozark” e como “The Crown”, que tem duas temporadas restantes em seu reinado, é feita com o cuidado de pensar em todos os detalhes e com gastos astronômicos.
Stranger Things 4 Temporada
Sua nova temporada, com sete episódios lançados na sexta-feira, e aguardando a finalização de mais dois previsto para julho, teve um preço bastante salgado, de US$ 30 milhões por episódio.
E os episódios desta nova temporada tiveram duração de até 98 minutos; enquanto que o próximo final da temporada será de cerca de duas horas e meia.
A série tem grandes ambições e as atende.
Mas, ao fazê-lo, sacrifica o charme e a característica das temporadas anteriores. E isso pode custar ainda mais caro.
Ao dispersar o elenco da série para várias aventuras e ao permitir que essas aventuras se espalhem sem reservas, os Duffer Brothers perderam a um pouco a noção da essência que fez “Stranger Things” aparecer em primeiro lugar.
Está tudo meio perdido agora.
O elenco da nova temporada foi disperso, como se os Duffer Brothers quisessem demonstrar o quão ampla é a imaginação deles.
Tudo bem que, não há nada de errado em experimentar coisas novas.
E realmente para um programa que nunca saiu dos limites da cidade de Hawkins, talvez se mostrasse um pouco inerte.
E se bem executada, uma versão do programa que envie seu elenco para diferentes cantos do universo pode nos deixar ainda mais ansiosos para ver o reencontro deles.
Mas vez disso, porém, a combinação desta temporada de duração histórica, apenas levaram o show a se parecer um pouco com as “Stranger Things” que uma vez capturou a imaginação do público.
Ficamos com a sensação de que algo foi perdido, quando Eleven (Millie Bobby Brown) passa a maior parte da temporada longe de seus companheiros.
Ela está sendo pesquisada em um instituto cujos mistérios parecem menos gratificantes e mais repetitivos.
Eleven já foi separado do grupo antes, inclusive em um episódio da segunda temporada.
Nesse episódio, Eleven conhece outros jovens com poderes como o dela; há uma sensação de pertencimento.
Onde Eleven tenta entender a si mesma e também o começo de tudo, além dos motivos que a faziam ter um poder estranho e enigmático.
Agora, porém, tudo se resume a muita seriedade; nenhum mistério ou enigma pode sobreviver enquanto Onze estava sendo examinada por todos os ângulos.
Em uma serie de repetições, Eleven tenta escapar apenas para se encontrar, de novo e de novo, magicamente trazida de volta ao mesmo lugar.
Eu poderia dizer o mesmo do enredo de Winona Ryder e David Harbour por trás das linhas inimigas na URSS.
Isso faz com que eles percam totalmente a ligação com as ‘crianças’ sob seus cuidados e, assim, elimina elementos-chave dos personagens.
A ansiedade docemente triste de Joyce sobre o que está acontecendo com seus filhos, e o instinto paternal de Hopper em relação a Eleven trouxeram foi o mais próximo que eles conseguiram chegar da turminha de patetas.
Esse método de ‘matar pessoas’, funciona bem. Mas somente quando estão tentando nos chocar.
E já conferimos isso na abertura da temporada de “Stranger Things” que começa com uma cena horrível de crianças assassinadas.
Isso sim nos deixa com aquela expressão de: Oh meu Deus, o que foi isso?
Visto por um certo ângulo, o investimento em “Stranger Things” é admirável.
A Netflix colocou dinheiro e atenção por trás de um grande sucesso e deu a seus criadores liberdade para se superarem.
De outro, porém, fica a impressão de que a tentação por mais – mais minutos, mais locais, mais vísceras – era sedutora.
E talvez os envolvido em fazer esta temporada se tenham se esquecido que o melhor da primeira temporada foi que ela deixou alguns mistérios sem solução, alguns lugares para a mente do espectador explorar.
Quando o vilão desta temporada é revelado e explica exatamente como e porque ele ficou do jeito que é, fica claro que “Stranger Things” deixou pouca coisa para nos fazer pensar.
Outra vitima esquecida foi a estrela da 3ª temporada, Priah Ferguson como a irmã mais nova Erica.
Ela dificilmente aparece na quarta temporada.
E o melhor e mais novo personagem, Joseph Quinn, de cabelos compridos de Dungeons & Dragons Eddie Munson?
Um deus do rock que é menos Hawkins, Indiana e mais Justin Hawkins from the Darkness, brilha intensamente por um episódio antes de ser esquecido nas teias da trama.
Mas anda bem que ainda temos o excêntrico Dustin (Gaten Matarazzo) empunhando rádios CB e hackeando computadores, folheando fitas cassete e formando a melhor dupla de comédia de casais estranhos na televisão com Joe Keery como o ídolo do ensino médio Steve, muito da velha magia persiste.
Stranger Things está maior, mais velha, um pouco mais triste, mas ainda assim; tão adorável como sempre.
Então vamos esperar os últimos dois longos episódios que estão com estreia marcada para o próximo mês, nos surpreender um pouco mais.
Eu realmente espero que a surpresa seja melhor desta vez.
E aí? Você assistiu à nova temporada de Stranger Things? Venha dividir comigo a sua opinião.
Eu adorei essa série, espero poder ver mais
Realmente é um programa que vale apena assistir